GUITARRA (OU VIOLÃO). Instrumento de cordas beliscadas. A moderna guitarra
clássica (também chamada guitarra espanhola) tem seis
cordas afinadas em mi-lá-ré-sol-si-mi e uma extensão de três oitavas e 1/5
desde o mi abaixo do dó central. Tem fundo chato e caixa de ressonância em
forma de 8. O braço está munido de trastes metálicos. É tocada como instrumento
clássico e também muito usada na música folclórica, na música pop e no jazz.
Instrumentos eletronicamente amplificados foram desenvolvidos nas décadas de
1940 e 50, com caixas de muitos formatos diferentes.
A introdução da guitarra na Europa foi uma das conseqüências
das Cruzadas. Durante o Renascimento, ela coexistiu com o alaúde
e a vihuela, permanecendo como instrumento essencialmente
popular. Nessa época, era bem menor que o instrumento moderno, e dedilhada com
quatro séries duplas de cordas, fornecia acompanhamento a canções e danças. Uma
quinta série foi adicionada no final do século XVI, e uma sexta no século XVII.
Nessa época, as séries duplas foram substituídas por cordas simples, uma corda
para cada série. Avanços no desenho e na construção durante o século XIX deram
origem ao formato moderno da guitarra clássica ou violão. No século XVII, o
estilo dedilhado de execução foi gradualmente substituído por um mais elaborado
estilo beliscado, como nas obras dos compositores espanhóis Gaspar Sanz e
Francisco Guerau. A guitarra desfrutou de considerável renovação nos inícios do
século XIX, como resultado do virtuosismo de instrumentistas como Fernando Sor
e Mauro Giuliani, que escreveram grande quantidade de música para o
instrumento. A popularidade da guitarra clássica no século XX deve muito ao
ensino e aos recitais de um notável virtuose espanhol, Andrés Segovia. Muitos compositores
do século XX têm feito música para o instrumento de Segovia: em 1920, Falla
escrevia a primeira peça especialmente para esse instrumento, em sua versão
moderna, Homenagem a Debussy; no mesmo ano, Roussel compara quem Villa-Lobos
escreveria também 12 Estudos para Violão. O repertório para guitarra foi
enriquecido ainda pelas contribuições de Frank Martin, Manuel Ponce, Benjamin
Britten, Malcolm Arnold e Castelnuovo-Tedesco, autores de peças de câmara e
vários concertos, dos quais o mais conhecido é o Concerto de Aranjuez, de
Joaquín Rodrigo.
O violão brasileiro, que não difere da guitarra
espanhola, formou com a flauta e o cavaquinho o
conjunto básico para a execução dos choros; e sempre foi o instrumento ideal,
sobretudo nas áreas urbanas, para acompanhar o canto. Entre os compositores
brasileiros que enriqueceram seu repertório (além de Villa-Lobos,
naturalmente), estão Guerra Peixe, Edino Drieger e Marlos Nobre.
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